O futuro da democracia - norberto bobbio - síntese
O FUTURO DA DEMOCRACIA: UMA DEFESA DAS REGRAS DO JOGO.
NORBERTO BOBBIO
O autor cita que seu objetivo, no momento, é discutir pontos da situação atual dos regimes democráticos. A definição que ele traz de democracia é que se trata de uma ordenação que determina quem pode tomar decisões de âmbito coletivo e como. O governo de todos é um ideal-limite. Nas decisões, prevalece como regra o desejo da maioria. Os casos de unanimidade ocorrem em grupos homogêneos ou reduzidos. Acrescenta-se um outro fator que devem estar presente na democracia: o respeito aos direitos de escolha dos chamados a decidir ou eleger os que deverão decidir, além dos direitos que constituíram a base do estado liberal e de direito. As normas que atribuem estes direitos são as regras que permitem o exercício da democracia. O estado democrático tem como pressuposto jurídico e histórico o Estado Liberal. Do ponto de vista do autor é mais útil, ao refletirmos acerca da democracia, analisarmos o embate entre os ideais democráticos (o que foi prometido) e a “democracia real” (o que foi efetivamente realizado). A avaliação é feita através das promessas que não foram cumpridas. A primeira promessa não cumprida é a de que se esperava uma sociedade democrática, centrípeta, fundada na soberania popular e acaba surgindo uma pluralista. A segunda, a representação dos interesses sobrepõe à representação política, revanche dos interesses. A terceira é o fato de não ter se conseguido derrotar o poder oligárquico. A quarta é a de que a democracia não consegue ocupar todas as áreas, seu espaço é restrito. A quinta promessa era a de acabar com o poder invisível, tema pouco explorado. A sexta premissa foi a de que os cidadãos seriam educados ao longo da democracia, identificando-se cidadãos ativos e passivos, sendo este último mais interessante. As promessas não foram cumpridas devido aos obstáculos que surgiram e às transformações pelas quais a sociedade civil