O frevo
O multiinstrumentista Antonio Nóbrega, um apaixonado e estudioso incondicional das manifestações culturais brasileiras, sobretudo do frevo, decidiu antecipar as comemorações desse centenário com o lançamento do CD Nove de Frevereiro, referência brincalhona à data histórica. "Embora se acredite que, no fim do século 19, o gênero já comece a se formatar como frevo", explica Nóbrega.
Nove de Frevereiro é o primeiro de dois CDs, em que Nóbrega resgata a trajetória do universo frevístico, desde seus formadores até as gerações mais contemporâneas. Neste primeiro trabalho, que acaba de chegar às lojas, o músico, também dançarino e cantor, compilou frevos de autores das antigas, representativos no gênero musical em suas três vertentes: frevo-de-bloco (cujas letras e melodias misturam saudade e evocação, é executado por um coro feminino e acompanhado por uma orquestra), frevo-canção (responsável pela animação dos salões e das multidões que seguem as Freviocas) e o frevo-de-rua (criado inicialmente para ser executado a céu aberto).
Garimpou velhos frevos, alguns deles já esquecidos, como Dedé, de Nelson Ferreira; A Pisada É Essa, de Capiba; e Último Dia/Mexe com Tudo, de Levino Ferreira, entre outros. "São compositores cuja trajetória foi importante na criação da linguagem do carnaval, em geral, e do frevo, em particular", conta o brincante.
Apesar de não ser um álbum autoral, Nóbrega deu sua contribuição ao gênero convidando amigos compositores a darem novos arranjos ao antigo repertório. "Normalmente, os frevos-de-rua são músicas compostas por autores para uma orquestra de sopro, principalmente. Às vezes, o frevo é reorganizado anos depois por outros compositores de frevo", explica o músico.
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