O foco narrativo em questão na tradução do romance to the lighthouse para as telas
O romance de Virginia Woolf intitulado To The Lighthouse (1927) é tomado como referência na consolidação da escritora dentro do chamado cânone literário universal, graças ao predominante uso de monólogos interiores e as mudanças constantes de foco narrativo na composição da obra. A descrição dos dias vividos pelos membros da família Ramsay em uma casa de praia é permeada pela exposição dos pensamentos e dos desejos mais íntimos de cada um, sendo, em sua grande maioria, as ações internas das personagens mais relevantes do que suas ações externas na elaboração do enredo. Portanto, To The Lighthouse foge aos moldes do romance tradicional, não havendo uma intenção de se contar uma história com começo, meio e fim bem delineados, sendo considerada por muitos uma obra de leitura densa e complexa, devido, também, as constantes mudanças de foco narrativo, ou seja, de perspectivas e pontos de vista das personagens, deixando o leitor perante a uma diluição de consciência e realidade exterior. O presente trabalho tem como objetivo identificar e analisar como se comportam os vários narradores presentes no romance na sua adaptação para as telas também intitulada To The Lighthouse (1983) dirigida por Colin Gregg. Ao final, esperamos encontrar respostas para discussões acerca de como as obras de caráter intimista e vanguardista da escritora têm sido reescritas para textos fílmicos e, ainda, como o uso de certas técnicas cinematográficas, como o voice-over, montagem e planos de câmera, contribuem para a ampliação desse universo tão peculiar da escritora perante o público espectador.
Palavras-chaves: Foco Narrativo, Tradução, Virginia