o fim do regime fascismo em portugal
Quase quatro décadas depois da Revolução dos Cravos, os trabalhadores portugueses são alvo da brutal ofensiva capitalista sobre suas conquistas. A chamada Revolução dos Cravos, assim conhecida porque as tropas lideradas pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) saíram às ruas com cravos na ponta dos fuzis para simbolizar solidariedade com a população, foi, ao contrário do que afirmam os arautos da conciliação de classes, uma profunda derrota para proletariado português, confirmando a inviabilidade história de uma transição pacífica para o socialismo. O movimento de 25 de Abril de 1974, que pôs fim ao regime fascista de Salazar-Caetano, que durante 46 anos oprimiu o proletariado português e os povos das colónias de Portugal na África, foi um golpe militar preventivo para evitar que uma insurreição popular destruísse as bases da actual e decadente sociedade burguesa. Prova disso é que hoje Portugal está à beira da bancarrota capitalista e os explorados celebram o 25 de Abril com sentimento de revolta popular. A exemplo da Grécia e Irlanda, Portugal deve cair nas mãos do FMI e do fundo de emergência da União Europeia, sendo obrigado a aplicar o plano de austeridade sob as hostes de um novo governo de direita que será escolhido em Junho, ainda mais alinhado com as ordens do grande capital que o próprio PS.
A agitação política em Portugal reflectia, sobretudo, o sacrifício de milhares de combatentes que lutaram pela independência das colónias portuguesas na África (Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde), onde a iminente derrota militar portuguesa desencadeou um processo de desagregação no Exército, aprofundando a putrefacção do regime.
Dessa forma, a origem do MFA encontra-se no clima de instabilidade que se manifestou em meados de 1973 no interior das forças armadas com o surgimento do denominado Movimento dos