O fim do livro impresso
Fala-se muito nos e-books, mas as grandes companhias brasileiras, tipo Livraria Cultura, não passam de 1% do faturamento na venda de livros eletrônicos. Há uma longa caminhada, com um detalhe que me ocorreu na visita feita à Real Academia de Espanha: os autores do seu vocabulário têm 90 mil livros impressos sobre linguística, consultados diariamente. Isso vai desaparecer? Sinceramente, não acreditamos. E a Biblioteca do Congresso Americano? E a da Universidade de Berkeley, onde há uma quantidade enorme de livros brasileiros? Quem preconiza o fim disso tudo, sinceramente, está equivocado. O que se pode prever é que haja, por muitos e muitos anos, uma coexistência pacífica entre livros de papel e e-books. Estamos certos de que, na nossa geração e possivelmente em muitas outras, ainda viveremos na boa companhia dos livros impressos.
Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, é presidente do CIEE/Rio e doutor em educação 28/08/12
Não
Há quem defenda a preservação do papel, do objeto físico, como as escritoras Andrea Del Fuego e Ivana Arruda, que não têm e nem pretender ter um e-reader. "As vantagens do livro é que essa plataforma sobreviveu até aqui, é confortável e até mesmo revolucionária. Ninguém recusaria um livro mais barato. A questão é saber se esses livros serão armazenados com o cuidado e o fetiche com que cuidamos dos livros em papel em nossas estantes. Você olha e vê a lombada, organiza visualmente os livros lidos e não lidos, fazem parte do móvel e não de um equipamento que, inclusive, pifa.", pondera Andrea A.
Não
“Temos a prova científica de que um livro pode durar 550 anos. Jamais deixaremos de ter, com essas obras, uma relação física, carnal, afetiva. É muito difícil ler “Guerra e Paz” num e-book. De mais a mais, a internet não filtra nada – e esse é um mal.”
Umberto Eco Escritor italiano 30/12/11
Sim
O modo de produção do livro é lento demais para um mundo que sofre mutações