O FILÓSOFO HENRI BERGSON
"A CONSCIENCIA E A VIDA"
Resumo
Bergson inicia a conferência, fazendo menção a Huxley e anunciando que tratará da tríplice questão da consciência, da vida e de suas relações, afirma que a filosofia tradicional é demasiadamente sistemática e que não ambiciona uma certeza imediata e transitória. Bergson não acredita que soluções matemáticas possam ser suficientes para a decisão dos grandes problemas, afirma que uma acumulação de probabilidades poderia ajudar a trilhar o caminho da certeza. Bergson analisa a questão da consciência, que segundo ele é espírito, memória e antecipação do futuro. Sobre ser a consciência uma espécie de memória ele afirma: “Uma consciência que não conservasse nada de seu passado, que se esquecesse sem cessar de si própria, pereceria e renasceria a cada instante; como definir de outra forma a inconsciência?”. Então, “reter o que já não é, antecipar o que ainda não é, eis a primeira função da consciência”, ou seja, a consciência tem como função ser memória, mas também ser antecipação do futuro.
Ao tratar da relação entre o cérebro e a consciência ele conclui que esse órgão não é indispensável à consciência. Ao mencionar que seres com sistemas nervosos muito menos complexos que os dos seres humanos possuem consciência, ele chega à conclusão de que a consciência é coextensiva à vida, ou seja, o cérebro é comparado a um órgão de escolha: ele decide qual a melhor ação a ser tomada a partir das informações que já possui. A consciência significa escolha. Essa concepção de escolha está associada à idéia de movimento, ação e criação. Já, a matéria não possui a capacidade de escolha, diferentemente do ser vivo, que tem consciência e poder de escolha. Daí ser a função do ser vivo a criação.
Nesse encaminhamento, a evolução da vida é marcada pela presença da consciência que perpassa a matéria a fim de “liberar algo que permanece aprisionado”, sendo o homem o