O Filme o enigma de kaspar hauser
Fundamentos Antropofilosóficos da Educação.
O Filme “O Enigma de Kaspar Hauser’’ nos traz a misteriosa história de um sujeito que foi abandonado quando criança e encontrado por uma família agricultora que, sem condições financeiras para criá-lo adequadamente e temendo represálias por parte das autoridades por não saber qualquer informação a respeito da criatura, não apresentaram denúncia, desta forma, passam a aprisioná-lo num calabouço, onde Kaspar passa toda a sua vida sem ter qualquer contato com o mundo exterior, com a linguagem, a cultura e ignorando por completo a existência de outros seres humanos. Jamais viu sua aparência. Jamais viu qualquer semelhante. Não tem noção de si, não desenvolveu nenhuma habilidade mental e física, comprometendo sua própria locomoção.
Kaspar existe apenas fisicamente e inexiste racionalmente. Não se reconhece qualquer comportamento humano nele. Retrata exatamente de como somos seres sócio históricos, sobre como a cultura é algo importante para o fortalecimento da humanidade. De como, somos sociais por natureza e quando privados dessa característica própria, perdemos parte de nossa essência. Isto nos leva a pensar sobre nossa existência. Sobre o que, essencialmente, nos torna humanos.
O autor reconhece que todos já nascemos dentro de um ambiente social, reconhecendo a família como fundamental, núcleo da sociedade, e somos influenciados as regras estabelecidas pelo núcleo social. Já Kaspar Hauser foi privado desse ambiente social, ele não teve uma essência, um passado. Nos mostra uma personagem intrigante, diria que até angustiante, de modo ignorante, grosseiros como talvez o fossem nossos ancestrais, mas sem a habilidade manual desenvolvida inicialmente por estes, haja vista que nem mesmo o pobre miserável sabe manter-se de pé, em equilíbrio, para esboçar seus primeiros passos em fase adulta.
Nesse mesmo sentido, Engels em “Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem”, ressalta no texto