O Filme Mary e Max e a Psicanálise
Mary e Max é um filme de animação um pouco diferente. Apesar de ser feito com bonecos, a história apresentada possui temas fortes como abandono, rejeição e transtornos psíquicos. Narra a amizade entre Mary, uma menina australiana de 8 anos e Max, um senhor judeu residente em New York de 44 anos, que floresce através da troca de cartas, conversando sobre absolutamente tudo e criando vínculos de confiança um no outro.
Mesmo sendo de dois mundos diferentes, Mary e Max tiveram históricos de rejeição e abandono, compartilhando de uma mesma dor: a falta de amor e a solidão. Mary sofre por ter uma mãe abusiva, perversa e sem sentimentos maternais, tratando-a com crueldade e menosprezo. Seu pai era um homem introspectivo, calado e triste que, apesar de ser o provedor da família, tinha uma figura paterna e masculina inexpressiva em sua vida.
Crescendo em um ambiente de rejeição e não se sentindo amada pelos pais, onde sua própria mãe lhe disse que ela tinha sido “um acidente”, Mary resulta em uma criança com baixa autoestima, complexo de inferioridade e sentimento de culpa por estar no mundo. Não aceitando a si mesmo, sendo insegura, introvertida, tímida e com dificuldades de se relacionar com o outro. Sofre bulliyng na escolha e percebe-se também rejeitada pela sociedade.
Max enfrentou a dor da perda, o sabor do abandono e da rejeição muito cedo. Sua mãe se suicidou quando ele tinha 6 anos, deixando-o órfão. Possui uma enorme dificuldade de comunicação e de relações interpessoais, levando-o ao isolamento. Era preocupante o rumo que sua vida social estava tomando, sempre sendo mal compreendido pelo outros.
Os dois desejavam mais que tudo ter um amigo e acabaram encontrando um no outro o apoio que precisavam para serem aceitos como são em sua alteridade, confiando um no outro com seus mais secretos desejos e segredos.
Mary e Max não eram aceitos por serem diferentes e não convencionais com o padrão de normalidade exigido pela