O filme Germinal sob o ponto de vista histórico-social
O filme, baseado no célebre romance de Émile Zola, retrata a realidade na qual a Europa encontrava-se inserida no fim do século XIX e início do século XX. A história se passa na França, nas minas de carvão da região de Montsou, e ocupa-se de mostrar a situação na qual achavam-se os trabalhadores das mesmas. Com a Revolução Industrial em curso, essa época foi marcada por uma intensa procura por carvão para alimentar as fábricas e indústrias nascentes, pela insaciável busca de lucro e também por uma visão positivista e eufórica da Revolução. No filme, esse ponto de produção desenfreada e competição é evidenciado pela crise das mineradoras e, consequentemente, pela diminuição dos salários dos trabalhadores, o que deu luz à revolta e à greve. Os baixíssimos salários, a extensa jornada de trabalho, as condições de trabalho insalubres e perigosas e a fome formaram a base do movimento grevista, e a influência dos escritos de Karl Marx fomentou ainda mais a união dos trabalhadores. Como pode-se ver claramente no início do filme, o proletário é visto pelos burgueses como mera ferramenta de trabalho, que pode ser substituída e que, como objeto, não é digna de nenhum valor social. "Companheiros, já há um mês que sofremos em vão. Por acaso somos tão covardes para voltar à mina com a cabeça baixa para que a eterna miséria comece de novo. Mais vale morrer agora mesmo, tentando destruir a tirania do capital que nos mata de fome." Com esse discurso, a personagem Étiene anuncia o rompimento da greve. A partir daí, com uma conscientização geral acerca de suas condições precárias e injustas e da necessidade urgente de organização, com reuniões e conversas frequentes, os trabalhadores começam a mostrar diferentes concepções de luta, - uns pendendo para a revolta armada, outros para um diálogo mais pacífico - o que trouxe certa instabilidade ao grupo. Com o passar das semanas o movimento vai perdendo a força, e a não