O fenômeno psicológico como objeto de estudo transdisciplinar
Fundamentando-se no pressuposto teórico de que o processo de subjetivação individual ocorre em um ambiente cultural circunscrito, produzido pelas relações sociais dos indivíduos de uma dada sociedade, argumenta-se sobre a intercomplementariedade dos conhecimentos da Sociologia, Antropologia e Psicologia. Contudo, as culturas e as formas de relação social têm uma história. Uma história que esclarece as condições de desenvolvimento dos significados das formas de relação social, econômicas e políticas. Sendo assim, todo contexto cultural, político, social e econômico no qual se constrói a subjetividade individual, para ser compreendido em qualquer dos seus momentos, requer a sua reconstrução histórica.
Palavras-chave: Subjetividade; transdisciplinaridade; epistemologia.
Para o estudo dos fenômenos psicológicos considera-se necessário recorrer a conhecimentos das áreas de Sociologia, Antropologia e História. Contudo, o esforço reflexivo para a compreensão do especificamente psicológico não pode ser reduzido ao sociologismo, ao antropologismo ou ao historicismo. Entretanto, os conhecimentos das áreas de Ciências Humanas são fundamentais para circunscrever a manifestação individual do comportamento, em contextos concretos.
De acordo com Wertsch (1995), "o objetivo fundamental da pesquisa sociocultural é o de elucidar o relacionamento entre o funcionamento mental humano com contextos culturais, institucionais e históricos" (p.81). Parte, então, da suposição de que a compreensão dos fenômenos mentais e das ações humanas requer a integração de "idéias e métodos normalmente parcelados em disciplinas isoladas como a Psicologia, a Antropologia, a Sociologia, a Lingüística e a História." (p.81). Sendo assim, a concepção de fenômeno psicológico, que norteia essa reflexão, fundamenta-se no paradigma de que a construção da subjetividade se processa do social para o individual (Vygotsky, 1984).
Entende-se, portanto, que a subjetividade humana, a partir da atividade