O fascínio pelas marcas, o consumismo e a moda libertária
Por séculos, as pessoas têm usado a indumentária como forma de comunicação não verbal, querendo indicar posição social, disponibilidade e predisposição sexual, origem cultural, localidade ou participação em certa tribo urbana. Antigamente, a roupa já tinha essa função de definir e separar classes sociais. Consequentemente, as classes mais pobres tentavam imitar as classes mais ricas, copiando suas roupas. Logo, a elite se via forçada a adquirir um novo modelo de vestimenta diferente, que pudesse indicar de forma clara e diferenciada seu status social, criando-se assim um círculo vicioso que ao longo dos tempos foi a força-motriz que impulsionou a evolução das vestimentas e, mais recentemente, o surgimento das modas. Aos poucos foram surgindo os grandes estilistas e, como uma das consequências, as grandes marcas, que iriam ditar à sociedade o que deveria ser usado para manter o status dos cidadãos e exibir suas riquezas.
Porém essa busca incessante de formas de exibir-se por meio das roupas e outros bens de consumo acabou por criar nos dias atuais uma “Sociedade do Consumo”, ou seja, uma sociedade doente, frenética e, por vezes, fisiologicamente dependente do consumo, considerando que o consumo muitas vezes acaba erroneamente virando sinônimo de satisfação pessoal. Consumimos muito mais do que nos é necessário, vítimas da mídia que nos bombardeia diariamente com milhares de propagandas nos levando a acreditar que as pessoas que aderem às modas criadas pelas grandes grifes são mais descoladas, felizes e poderosas, e que devemos estar sempre atentos e preocupados com o que compramos e exibimos para não demonstrar que estamos ultrapassados e fora de sintonia com o resto do mundo.
Na tentativa de se adequar aos moldes de visual e comportamento impostos por essas campanhas de mídia, as pessoas vão perdendo sua identidade, buscando se parecer com alguém famoso ou de grande status social, vendo-se obrigadas a comprar o item de moda do momento, perdendo o que