O fascínio das palavras
Quando criança, tinha a verdadeira fascinação e adoração em ver adultos lendo com tamanha facilidade, apenas folheavam páginas e as palavras surgiam de sua boca como a música que surge de um bom violinista.
Lembro de ir à igreja com minha mãe e vela cantar os cantos que estavam em um livro de liturgia, ou então ver as resposta de uma “pergunta” sair de um folheto que eu não tinha noção do que era. Era muito pequena ( no máximo quatro anos), e nunca havia ido a escola, não sabia ler, apenas identificava algumas vogais aprendidas na creche que freqüentava, mas não formavam palavra alguma, assim, não dava muita importância a essas letras, mas de qualquer forma pegava um livro e fingia saber ler. Meus pais – com apenas ensino fundamental completo – não tinham costume e não viam a necessidade de incentivar o contato com livros ou o conhecimento de algumas palavras antes de iniciar a alfabetização. De modo que ingressei na pré-escola sabendo escrever meu nome.
Apesar de todo o encanto e as artimanhas que a professora fazia para aguçar a curiosidade e a memória de seus pequenos alunos, com cartazes, letras feitas com feijões e até personagens criados em cima de uma letra, eu não queria aprender, não dessa forma, não pelo processo de ensino praticado, eu queria era pegar um livro e sair lendo. Então minha mãe, interveio e mostrou que meu irmão, mais velho, sabia ler, e recebia muitos comentários e elogios por isso. Assim, com a ajuda e insistência da minha mãe para que eu conhecesse o alfabeto e a influência do meu irmão aprendi a ler e a escrever com certa facilidade.
Nos anos seguintes no primário, não adquiri o habito de ler livros, mas gostava muito de gibis, e esses eu lia com certa freqüência, mas não eram gibis infantis - salvo as vezes que meu primo ganhava e eu lia- eram gibis clássicos do velho oeste, que meu pai costumava ler, o Tex. Ainda hoje, sempre que encontro a venda compro e leio. Como já dito antes, meus