O fantástico na ilha de santa catarina
DA CULTURA POPULAR: O GRITADOR
FRANK CARDOSO LUMMERTZ
Universidade do Estado de Santa Catarina
RESUMO
ABSTRACT
Contadores de história são comuns em todo o território nacional, e a variedade de lendas, contos, fábulas e anedotas é incalculável. Essas singulares manifestações culturais aparecem por todo o mundo.
Africanos, asiáticos, europeus e americanos: as pessoas do mundo todo transmitem o seu conhecimento por meio da palavra falada através do tempo. Não raro, às vezes esses conhecimentos espalhados pelos continentes se encontram e se fundem, adquirindo uma variedade de riquezas culturais ímpares. São as músicas cantadas e encenadas junto à literatura falada que constituem, em síntese, o poder da palavra no universo cultural da humanidade. Duas facetas empregam o sentido da oralidade: uma assumida pela história e outra assumida pela literatura, ora fundindo-se, ora distinguindo-se. É explicitamente específica a figura do contador, do narrador popular, aquele que unicamente se recorda das histórias fantasiosas ou não, e, nesse momento, ganha importância a partir de uma construção sociocultural. É durante a sua experiência de vida que ele, o contador, ouviu ou vivenciou as histórias para recordá-las e contá-las em uma roda de bate-papo com familiares e amigos. São os casos e são as lendas, é o real e é o imaginário, fundindo-se dentro de uma perspectiva sociocultural. O presente artigo busca intermediar significados encontrados em narrativas orais, presentes no imaginário e nas representações feitas pelo contador da história, e tenta observar elementos tidos como o real, capazes de transmitir história do tempo presente. Essa pesquisa se restringiu a vinte e dois moradores do entorno do Parque Nacional de Aparados da Serra, município de Praia Grande, Santa Catarina. Em sua integralidade destaca-se pela riqueza de detalhes históricos locais, regionais e até de aspecto nacional.