O existencialismo é um humanismo
O autor começa o texto ilustrando que tem como objetivo defender o existencialismo de críticas que lhe têm sido feitas como o de incitar as pessoas a permanecerem num quietismo de desespero, por mostrar o lado sórdido da humanidade, por não atender a solidariedade humana, por admitir que o homem é um ser sozinho e por suprimir os mandamentos de Deus. Para ele, o existencialismo é uma doutrina que torna a vida humana possível e, ao mesmo tempo, declara que toda a ação depende da subjetividade humana. O existencialismo diverge daqueles lugares-comuns que todos conhecemos, aquelas regras pré-estabelecidas que, na verdade, dizem sempre a mesma coisa, os esteios que regem as ações humanas. No fundo, a liberdade proposta pelo existencialismo é que amedronta as pessoas; o fato de deixar uma possibilidade de escolha ao homem ao invés de resignar-se ao coletivo. Contudo, há duas espécies de existencialistas: os cristãos, representados por Jaspers e Gabriel Marcel e os ateus, por Heidegger, os existencialistas franceses e o próprio Sartre. Porém, apesar de suas divergências, ambos têm em comum a crença de que a existência precede a essência, isto é, a produção precede a existência. Para o existencialismo cristão, o homem possui uma natureza humana a qual se encontra em toda a humanidade, o que significa que cada homem é um exemplo particular de um conceito universal. Segundo Sartre, o existencialismo ateu é mais coerente pois dizer que a existência precede a essência significa que primeiramente o homem existe, se descobre, surge no mundo e só depois é capaz de se definir. Não há natureza humana; não há Deus. O homem é como ele quiser ser, ele é o que ele faz. A isto se chama subjetividade, ou seja, o homem é responsável por aquilo que ele é. Deste modo, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir total responsabilidade por sua