Niilismo, do latim “nihil”, nada. Consiste na negação de qualquer significação sobre a existência humana. O Estado e a Religião passam a não mais reger os passos do homem. Não há verdade absoluta, o que não pode ser percebido pelos sentidos humanos simplesmente não existe. O existencialismo, por sua vez, dita que a existência consiste no princípio para resolver todos os problemas. A existência vem antes da essência. Não existe uma essência humana que determine o homem, levando em conta que o homem é livre. A vida é um projeto que se dá a partir das escolhas feitas. O Estrangeiro foi escrito em 1942, durante a II Guerra Mundial, por Albert Camus, e impactou a sociedade mostrando implicitamente em seu conteúdo uma visão mais existencialista, que estava em alta na Europa nessa época, mas percebemos ao longo da história a indiferença com a vida do personagem, o que nos remete ao niilismo. Merseault, personagem principal da história, nos conta sua vida em primeira pessoa. O livro já começa com a notícia de que sua mãe morrera, e que o enterro estava marcado para amanhã. Sem se importar muito, não busca saber o dia exato do falecimento da mãe, pede dois dias de folga para o chefe e pegou a estrada rumo ao asilo. A história desanda com vários acontecimentos e incompreensões, como por exemplo não se importar com a data da morte da mãe, não querer vê-la pela última vez antes de fecharem o caixão, mas querer conhecer mais sobre o porteiro do asilo. Ao voltar para a cidade e ainda tendo dois dias de folga, Merseault decide ir à praia e reencontra uma antiga paixão, Maria Cardona, mesmo assim a atitude de indiferença persiste, característica niilista. Percebemos que todos os personagens citados na história são cruciais para o total entendimento, nenhum deles está ali por acaso. Raymond, seu vizinho, decide ir à praia com Merseault e Maria, e, ao se deparar com um árabe que era seu inimigo e os ameaçou, Merseault puxa o gatilho, dispara cinco vezes e mata o árabe, é