O estoicismo
Astrês palavras-chave do credo de Zenão eram materialismo, monismo e mutação.Ou seja, ele considerava que tudo no universo — mesmo o tempo, mesmo o pensamento — tem uma qualquer espécie de substância corpórea
(materialismo); que, em última análise, tudo se pode resumir a um simples princípio unificador (monismo); e que tudo está em perpétuo processo de mudança e a transformar-se em qualquer coisa diferente daquilo que antes era
(mutação).
Quando o Estoicismo passou do Oriente para o Ocidente e foi introduzido no mundo romano, assumiu um aspecto diferente. Foram os elementos morais dos ensinamentos de Zenão que aqui despertaram mais atenção. Um código que era humano, racional e moderado, um código que insistia num procedimento justo e virtuoso, na autodisciplina, numa força moral inabalável.
Os Estóicos definiam a filosofia como «luta pela sabedoria»; e “sabedoria“, por sua vez, era definida como «conhecimento das coisas divinas e humanas». Dividiam este conhecimento em três ramos: a Lógica, a Física e a Ética. O estudo inicial era a Lógica. Depois vinha a investigação dos fenômenos naturais e das leis da natureza. E esta estendia-se até à interpretação metafísica do universo; pois, no esquema estóico, a Física incluía o estudo completo do Ser na sua tripla manifestação: o próprio homem, o universo criado à sua volta, e Deus. Por fim, colocado no lugar mais elevado e importante do sistema, vinha a Ética. Pois a verdadeira função da filosofia, o ponto para o qual convergiam todas as questões e ao qual estavam subordinados todos os ramos do conhecimento, era a própria conduta do homem, definida numa palavra, “virtude“
(a) A Lógica. No sector da Lógica, tudo o que o leitor de Marco Aurélio precisa de saber é a teoria do conhecimento dos Estóicos e os meios de atingir esse conhecimento. No seu sistema, o