O estilo grotesco1

O estilo grotesco

O termo grotesco surgiu a partir da descoberta de um certo tipo de pintura decorativa, encontrada em fins do século XV, em escavações realizadas em Roma, assim, derivado do substantivo grotta, o termo significa gruta em italiano. Segundo Bakhtin, “essa descoberta surpreendeu os contemporâneos pelo jogo insólito, fantástico e livre das formas vegetais, animais e humanas que se confundiam e transformavam entre si” (Bakhtin: 1993, p.28). Evidentemente, este tipo de imagem distancia-se dos padrões clássicos.
A cultura Clássica, segundo Victor Hugo no prefácio de Cromwell, se pauta na harmonia, no equilíbrio e no belo, dessa forma, o feio comprometeria a harmonia clássica. A arte Clássica, então, subordina o grotesco ao belo, minimizando-o pela elevação e distanciamento. Assim, Victor Hugo diz ser a cultura Clássica incompleta, diferente da arte Romântica que é verdadeira e prima pela realidade, pois belo e feio estão juntos. É a Poesia Absoluta, buscada pelos românticos, que harmoniza o belo e o disforme, o sublime e o grotesco, uma vez que o sublime fornece ao grotesco gravidade e o grotesco conferi ao sublime o contraponto que o intensifica. Por sublime entendemos o excelso, o extremamente alto, sobre-humano, enquanto o grotesco o extremamente baixo e demasiadamente humano (corpo). Em suma, podemos categorizar a Arte Clássica como estética do equilíbrio e o Romantismo como estética dos extremos.
Para Victor Hugo, a fórmula do grotesco romântico dá-se pela mistura de conceitos opostos, nascida da reunião de alma e corpo, elevado e baixo, sublime e grotesco. Assim, essa característica de hibridação torna o grotesco exclusividade da estética moderna.
Nesse contexto, segundo Octávio Paz, o Romantismo é dado como crítica ao capitalismo, ao utilitarismo e à coisificação do homem. O Romantismo, portanto, seria a reação à modernidade da modernidade, e a modernidade se define pela ruptura, é contraditório porque ataca o que o sustenta.
A ironia,