O estetoscópio e os sons pulmonares: uma revisão da literatura
Medicina & Cultura
O estetoscópio e os sons pulmonares: uma revisão da literatura
The stethoscope and the pulmonary sounds: a literature review
Vitor Oliveira Carvalho1, Germano Emílio Conceição Souza2
Carvalho VO, Souza GEC. O estetoscópio e os sons pulmonares: uma revisão da literatura.
Rev Med (São Paulo). 2007 out.-dez.;86(4):224-31.
RESUMO: A ausculta torácica é uma técnica diagnóstica muito antiga, amplamente usada na atualidade pelo seu baixo custo, grande praticidade e sensibilidade. Os diversos sons audíveis pelo estetoscópio sugerem condições pulmonares de grande importância para o tratamento dos enfermos. Estes sons são resultados das vibrações pulmonares e das respectivas vias aéreas transmitidas à parede torácica. Eles podem ser divididos primeiramente em: bronquiais
(traqueobronquiais) ou vesiculares, não existindo padronização na sua descrição. Esta revisão tem como objetivo mostrar o que existe sobre os sons pulmonares e seus significados.
DESCRITORES: Sons respiratórios. Estetoscópios. Auscultação. Literatura de revisão.
Considerações históricas
A
ausculta torácica é uma técnica diagnóstica muito antiga 1. Hipócrates já recomendava colocar o ouvido em contato com a superfície do tórax de seus pacientes para a percepção dos sons “provenientes do meio interno”1,2. René Théophile Hyacinth Laennec, médico
francês (1781-1826), observou duas crianças que brincavam de enviar sinal uma a outra através de uma madeira longa e sólida, raspando com um pino em uma extremidade e ouvindo com o ouvido pressionado na outra1,2. Em 1816, exercendo suas atividades médicas em um hospital de Paris, deparou-se com uma paciente obesa que deveria examinar, mas os costumes da época não permitiam que ele colocasse seu ouvido no tórax da mesma sem violar as normas
Fisioterapeuta, Doutorando em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP.
Médico assistente do InCor HCFMUSP.