O Estado e as manifestações no Brasil
Instituto de Ciência Política
Introdução à Ciência Política
Bloco A - Questão 2
Nos dias de meados de junho de 2013 o Brasil passou por uma onda de acontecimentos que alteraram o ordenamento do país e, aqui, fala-se desde a rotina dos milhares de manifestantes que saíram às ruas até a agenda política dos governantes que articulou-se como forma de tentativa de resposta às reivindicações populares. O fato é que tal mobilização popular em torno de questões políticas e sociais despertou profundos questionamentos acerca do papel do Estado na atualidade, assim como acerca do papel da população que o constitui e aspectos de sua participação política.
Max Weber definiu o Estado contemporâneo como sendo uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território, reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física (WEBER. p.56). Isso pode ser reverenciado de forma comparativa em diversos acontecimentos do Estado atual em que vivemos, como, por exemplo, o emprego de forças físicas pelas polícias militares e pelas forças armadas. Ainda segundo Weber, a legitimação da violência física representa uma relação de dominação entre os homens, baseada em três fundamentos legitimadores de tal dominação, as dominações tradicionalistas, as dominações carismáticas e as dominações legalistas.
Essa relação de quem domina quem sempre foi a questão crucial entorno dos temas políticos, segundo Hannah Arendt. A autora utiliza de alguns conceitos que expressam tal relação de dominação, entre os quais poder, vigor, força, autoridade e, finalmente, violência. Arendt trabalha, também, com a relação de instrumentalidade entre a dominação e o poder, de forma a estabelecer que o poder, ao que tudo indica, é um instrumento de dominação, enquanto a dominação [...] deve a sua existência a um ‘instinto de dominação’ (ARENDT. p.32). Um outro raciocínio de Arendt fundamental para uma análise dos acontecimentos recentes supracitados é o entendimento