O ESTADO EM HOBBES: O DEMIURGO DA SOCIABILIDADE
RESUMO: Hobbes criou uma teoria que fundamenta a necessidade de um Estado Soberano como forma de manter a paz civil. Para fundamentar essa necessidade Hobbes partiu da ideia de convívio hipotética do estado natural, sendo esse estado, um convívio humano sem lei alguma onde todos eram donos de tudo. Partindo desse principio Hobbes idealizou que o homem nesse estado, estado natural, vivia na incerteza, por não haver um regulador ou qualquer noção de propriedade. A fim de sair dessa incerteza e buscar segurança para si o homem estabelece contratos sociais baseados em leis naturais, ou seja, leis que existiam apenas no tribunal da nossa razão. Para garantir que esse contrato seja cumprido é preciso à existência de um ser mediador, um soberano acima de todos, para essa função nasce o Estado. Nessa realidade as pessoas, abririam mão de sua liberdade em troca da criação e manutenção de um estado forte e protetor, que garantiria a paz e por consequência, suas vidas.
Palavras-chave: Estado de natureza. Estado civil. Passagem do estado de natureza.
1. INTRODUÇÃO
Hobbes expõe que o homem, no estado de natureza, tem direito a todas as coisas, ele vive em liberdade para cumprir seus objetivos e satisfazer seus desejos. Não existindo Estado ou Governo, os homens viveriam em constante conflito, tendo em vista que a igualdade quanto à busca de realizar os fins, levaria os homens a disputar e lutar por seus interesses. Ainda entendo que a liberdade de todos significa a liberdade de nenhum, pois haveria conflitos entre as pessoas, gerando assim, a guerra.
“Os dois desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo, que é impossível ela ser gozada por ambos, eles se tornam inimigos” (HOBBES, 1979, p.74).
Para que fosse cumprida a lei de natureza e ainda assim, preservando a vida, os homens se reuniriam e assinariam um contrato dando a um soberano, no caso o Estado, poderes ilimitados para a manutenção da segurança