O estado de natureza em hobbes e em locke
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais
Autor: Mayra Fernandes de Albuquerque
Segundo Hobbes, Deus fez os homens iguais, apesar de existir diferença de força e vitalidade de espírito tal diferença não pode ser considerada uma desigualdade, para eles os homens são a totalidade de suas potencialidades, por isso são iguais. “A natureza fez os homens tão iguais [...] que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte do corpo, [...] que o outro, [...] quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que o outro não possa também aspirar, tal como ele (Hobbes, Leviatã – I, p. 88).
No estado de natureza os homens são movidos por suas paixões, não havendo qualquer tipo limite que lhe impeça de conquistar o que deseja, “portanto se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo é impossível ela ser gozada por ambos, eles tornam-se inimigos (Idem). Logo que desponte esse desejo de disputar, os homens “esforçam-se por destruir ou subjugar um ao outro” (Idem).
Hobbes não condena o estado de natureza dos homens, pois compreende que em um estado em que não há uma lei que os proíba eles não cometem pecado ao lutar por seus desejos. Esse desejo incessante de tudo por todos, levaria a uma guerra de todos contra todos segundo Hobbes, uma vez que nada impede que os homens desejem algo que outro homem possua, e através da guerra lhe tente tomar, os homens viveriam em constante estado de desconfiança, onde ninguém confia em ninguém. Como o próprio autor reitera:
“E contra esta desconfiança de uns em relação aos outros, nenhuma maneira de se garantir é tão razoável como a antecipação; isto é, pela força ou pela astúcia, subjugar as pessoas de todos os homens que puder, para durante o tempo necessário para chegar ao momento em que não veja qualquer outro poder suficientemente grande