o estabelecimento do objeto libidinal
CURSO DE PSICOLOGIA
RESENHA DO CAPÍTULO
O ESTABELECIMENTO DO OBJETO LIBIDINAL
Entre o sexto e o oitavo mês de vida ocorre uma mudança decisiva no comportamento do bebê em seu relacionamento com os outros, neste período a capacidade para a diferenciação perceptiva diacrítica já está bem desenvolvida. A criança passa a distinguir claramente um rosto amigo de um estranho, então se um estranho se aproxima, a criança terá um comportamento característico e típico: apresentará intensidades variáveis de apreensão e ansiedade e rejeitará o estranho. Este comportamento, individual da criança, varia em torno de uma amplitude maior, ela pode abaixar os olhos "timidamente", pode cobri-los com a mão, levantar o vestido para cobrir o rosto, atirar-se de bruços em seu berço e esconder o rosto nos cobertores, pode chorar ou gritar. Mas será que podemos supor que as diferenças de comportamento individual estão, de alguma forma, ligadas ao clima afetivo no qual a criança foi criada? Este padrão foi denominado por Spitz como ansiedade dos oito meses, considerado por ele a primeira manifestação de ansiedade propriamente dita.
Com base em suas observações, Spitz conseguiu distinguir, no primeiro ano de vida, três estágios na ontogênese da ansiedade. O primeiro é a reação do bebê ao processo do parto. Durante o período neonatal, na primeira semana ou logo após o parto, vemos manifestações de desprazer que não são caracterizadas nesta fase como ansiedade, no sentido de que usamos o termo em psicanálise. À medida que a criança cresce, a natureza destes estados de tensão perde progressivamente o seu caráter difuso; eles ocorrem então em resposta a situações de desprazer sempre mais específicas. Perto da oitava semana de vida, as manifestações de desprazer tornam-se cada vez mais estruturadas e ininteligíveis, não apenas para a mãe, mas também para o observador experiente.
E à medida que as manifestações da criança se tornam