O espirito livre humano

1751 palavras 8 páginas
O espírito livre, um conceito relativo. – É chamado de espírito livre aquele que pensa de modo diverso do que se esperaria com base em sua procedência, em seu meio, sua posição e função, ou com base nas opiniões que predominam em seu tempo. Ele é a exceção, os espíritos cativos são a regra; estes lhes objetam que seus princípios livres têm origem na ânsia de ser notado ou até mesmo levam à interferência de atos livres, isto é, irreconciliáveis com a moral cativa. Ocasionalmente se diz também que tais espíritos livres derivariam da excentricidade e da excitação mental; mas assim fala a maldade que não acredita ela mesma no que diz e só quer prejudicar: pois geralmente o testemunho da maior qualidade e agudeza intelectual do espírito livre está escrito em seu próprio rosto, de modo tão claro que os espíritos cativos compreendem muito bem. Mas as duas explicações para o livre-pensar são honestas; de fato, muitos espíritos livres se originam de um ou de outro modo. (…) De resto, não é próprio da essência do espírito livre ter opiniões mais corretas, mas sim ter se libertado da tradição, com felicidade ou com fracasso. “Normalmente, porém, ele terá do seu lado a verdade, ou pelo menos o espírito da busca da verdade: ele exige razões; os outros, fé” (p.157).

“Deduzindo razões e não razões das consequências. – Todos os Estados e ordens da sociedade: as classes, o matrimônio, a educação, o direito, adquirem força e duração apenas da fé que neles têm os espíritos cativos – ou seja, da ausência de razões, pelo menos da recusa de inquirir por razões. Isso os espíritos cativos não gostam de admitir e sente que um pudendum [algo de que se envergonhar]” (p.158).
“Os espíritos livres que sustentam sua causa perante o fórum dos espíritos cativos têm que demonstrar que sempre houve espíritos livres, ou seja, que o livre-pensar já tem duração; depois, que eles não querem importunar; e, por fim, que em geral trazem vantagens para os espíritos cativos. Mas, como não podem

Relacionados

  • humado demasiado humano
    3150 palavras | 13 páginas
  • Livre arbítrio e fatalidade
    805 palavras | 4 páginas
  • introdução a educação
    1593 palavras | 7 páginas
  • Friedrich
    941 palavras | 4 páginas
  • O Livre-Arbítrio
    2247 palavras | 9 páginas
  • Filosofia
    1286 palavras | 6 páginas
  • Nietzsche Ciencia
    9877 palavras | 40 páginas
  • Síntese compreensiva do texto:
    725 palavras | 3 páginas
  • Acreditar sem provas
    3118 palavras | 13 páginas
  • ~Biolgia
    7319 palavras | 30 páginas