O Enterro de Eduardo
Análise da exposição de Fotos de Renata Campos fazendo uma selfie e de Marina Silva, sorrindo sobre o caixão do enterro do ex-governador e candidato a presidente da República, Eduardo Campos. As repercussões nas redes sociais.
De acordo com as teorias da Sociedade de Consumo de Jean Buadrilard e da Socidade do Espetáculo de Guy Debord a teatralização, a representação do real é o que une o consumismo (modelo de produção atual) com a espetacularização (papel do personagem) dentro do contexto social, redefindindo seus valores no mundo contemporâneo.
O enterro “espetacularizado”, do ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República, Eduardo Campos que morreu juntamente com os seus assessores, o jornalista Carlos Augusto – o Percol, o fotógrafo Alexandre Severo e o cinegrafista Marcelo Lira, num acidente aéreo em Santos SP no dia 13 de agosto, serviu para mostrar a atualidade das afirmações de estudiosos como Guy Debord, e Jean Baudrilard a respeito dos comportamentos sociais onde a “Vida torna-se de fato um show” e o que deveria ser um momento de tristeza e de dor se transforma numa ópera bufa.
Assim foi o “Funeval” - mistura de funeral e carnaval - de Eduardo Campos. O que reafirma o que disse Feuerbach no prefácio à segunda edição do livro “A Era do Cristianismo” que: “Nosso tempo sem dúvida...prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação ao real, a aparência ao ser...” Em função disso nos remetemos às fotos postadas na internet de Renata Campos fazendo uma selfie próximo ao caixão1 como também da Marina Silva esboçando um sorriso – em selfie com uma popular - sobre o caixão do ex-candidato2. A espetacularização do “carnavelório” - um velório carnavalizado - e depois do cotejo fúnebre (um corso com cenas de carnaval) pelas ruas do Recife e por fim do sepultamento do político, terminou entrando para o rol dos