O ensino de história em quadrinhos
Por Fyama Medeiros
Os quadrinhos estão presentes em gibis, em livros didáticos, em jornais, em provas de vestibulares. Ultimamente é frequente sua circulação em redes sociais, por exemplo, no facebook, dentre outros ambientes virtuais. Então por que utilizar as HQs nas aulas de língua portuguesa? Para que serve esse gênero? A tirinha e a charge o que possuem de comum e de diferente? Eu preciso aprender a ler quadrinhos? Estas e outras dúvidas fazem parte do repertório de questões surgidas em debates, em oficinas sobre a utilização de Histórias em Quadrinhos e seus respectivos gêneros em sala de aula. Será que podemos olhar para uma tirinha e pedirmos para classificar o sujeito, o predicado? Ou identificarmos as situações de produção, o discurso dialógico que está por trás deste gênero? Outra discussão maior ainda é o ensino de gêneros discursivos em sala de aula. Esquecer o texto às vezes é uma tarefa muito complicada para o professor de português, mas a sugestão que trazemos aqui é justamente esta: olhar para o discurso, saber quem, onde, para que, em relação com o que, para quem e também como foi escrito esse gênero? Uma sugestão que na prática daria certo, seria ensinar o aluno, a partir da teoria dialógica do discurso desenvolvida por Mikhail Bakhtin, a observar na HQs como é sua construção composicional (estrutura do gênero), seu conteúdo temático (diferença entre assunto e tema) e seu estilo (estilo do autor e do gênero). Estes elementos discursivos são fundamentais para o desenvolvimento do aluno enquanto sujeito/leitor, pois como diz Umberto Eco, o leitor de segundo nível precisa ser um “seletor classista”, ele precisa estar atento a alguns detalhes na maioria das vezes implícitos, que ajuda a constituir sentido para o texto. Mas, esse leitor precisa saber acima de tudo o que é necessário e o que é supérfluo dentro de um texto, portanto a importância da