o ensino da língua
A influência que vem sendo exercida sobre a disciplina de português concomitantemente pela pragmática, pela teoria da enunciação, pela análise do discurso; influência fundamental, porque, traz uma nova concepção de língua: uma concepção que vê a língua como enunciação, não apenas como comunicação, que, portanto, inclui as relações da língua com aqueles que a utilizam, como o contexto em que é utilizada, com as condições sociais e históricas da sua utilização.
Nessa perspectiva de mudança, o trabalho em sala de aula precisa organizar-se em torno do uso da língua: do ensino da leitura, da produção oral e escrita e da gramática, esta compreendida como uma prática de reflexão sobre a língua e seus usos, necessária para a instrumentalização dos alunos na leitura e na produção de textos. Nessa perspectiva de mudança, é necessário organizar o ensino em torno do texto. Trata-se, portanto, de possibilitar ao aluno ampliar as possibilidades dos usos linguísticos, numa perspectiva crítica, ou seja, prepará-lo para utilizar esse conhecimento de forma funcional em sua vida. Apesar dos avanços das propostas de trabalho numa perspectiva discursiva, percebemos ainda propostas exclusivamente voltadas para as estruturas formais da linguagem, evidenciando-se um descompasso com essas novas propostas. Embora haja muita teoria sobre o trabalho com a língua numa perspectiva mais funcional, não se consegue fugir à norma. Nas palavras de Bortoni- Ricardo no livro “os doze trabalho de Hércules”, “o apego exagerado do professor ao ensino da gramática que tudo prescreve contorce a língua para ela caber dentro das regras”. Desse modo, o ensino ou volta-se para a gramática normativa, em sua