O ENFERMEIRO
Machado de Assis
O conto narra a história de um homem que se formando teólogo, em agosto de 1859, aos 42 anos, foi servir na casa de um padre de Niterói. Trabalhou durante um tempo na cópia e revisão dos trabalhos teológicos do vigário. A história é narrada através de um relato feito em carta pelo próprio protagonista; ele é um narrador personagem. Sua intensão é contar o ocorrido no ano de 1860, tentando esclarecer os fatos como forma de justificativa e expiação da fatalidade. “Não maltrate muito a arruda, se não lhe cheira a rosas”.
Dado certo momento, a corte recorre ao vigário solicitando-lhe uma pessoa paciente e disposta a cuidar de um doente numa vila do interior. Prontamente nosso personagem se dispõe ao cargo afirmando atender a todos os requisitos exigidos. Embora fosse advertido da maldade e moléstia do velho a ser cuidado. Ele afirma não temer a homens sãos, quanto menos a velhos doentes. E então parte para a vila.
Sua chegada à vila é pouco ou nada receptiva, porém não menos ou mais negativa. O coronel apenas lhe lança um olhar de gato observador. O personagem se apresenta: Procópio José Gomes Valongo. Para o qual o coronel achou melhor chamar apenas de Procópio. E assim foi feito. A princípio a relação entre o novo enfermeiro e o coronel foi simpática, qualidade a qual o próprio doente atribuiu ao enfermeiro em relato ao vigário. Mas, com o passar do tempo, essa relação se tornou amarga, como acontecera com todos os outros que o precederam.
O velho se mostrou amargo, rabugento, pessoa difícil, da qual nem os amigos gostavam. Era mau, ignorante, nada houvera que o agradasse. Essa condição abusava da paciência e mansidão do enfermeiro. Os acessos de raiva do coronel se mostravam constantes. Certa feita, em uma noite o enfermeiro sentou-se ao lado da cama e dispôs-se a ler um livro enquanto esperava o momento para dar remédio ao coronel Felisberto. Não se sabe se pelo cansaço ou pela leitura, adormeceu. Acordou aos gritos do coronel, que o