O Ecletismo e seus contemporâneos na arquitetura do Rio de Janeiro
PEIXOTO, Gustavo Rocha. “O Ecletismo e seus contemporâneos na arquitetura do Rio de Janeiro”. In Arquitetura e Cultura Brasileira: Neoclassicismo e Ecletismo no Brasil (Guia da Arquitetura Eclética no Rio de Janeiro).
SENTIDO DO TERMO
“[...] ecletismo significa a atitude antiga de formar um todo a partir da justaposição de elementos escolhidos entre diferentes sistemas [...] Adquire um sentido particular na primeira metade do século XIX com o sistema filosófico proposto por Victor Cousin, para quem o ecletismo visava ‘distinguir entre o processo de depuração e separação pela análise e dialética, reunir as verdades de cada uma em um todo legítimo para obter uma doutrina melhor e mais ampla’.” (p.5)
“[...] no século XIX [...] O crescimento das populações urbanas forçou o aumento da tolerância conciliatória de diferenças. As cidades tinham não somente mais gente, mas, sobretudo, eram formadas de pessoas de origens culturais diferentes. A curiosidade pelo exótico, o gosto pelas viagens a terras desconhecidas e a avidez européia por se apropriar-se de elementos de culturas estranhas e absorvê-los em seu sistema cultural, cada vez mais amplo e civilizado, encontraram apoio na máquina a vapor [...] Essas diferenças culturais deviam ser acomodadas e provocar, por bem ou mal, a coexistência e as trocas.” (p.5)
“O Rio de Janeiro é um acúmulo de camadas históricas. A permanência e a renovação, inerentes à dinâmica da vida urbana, forçam a convivência de estilos, funções e idades das construções, o que reflete a pluralidade cultural das populações. A cidade é o produto de culturas sobre culturas e estas sobre a natureza.” (p.5)
“A arquitetura eclética interpreta e acentua essa diversidade, possibilita uma “viagem romântica”, sonhadora e fantasista. De fato, o público foi estimulado pela literatura a transpor barreiras de tempo, deixando-se levar pela imaginação.” (p.6)
“Eclética seria, num sentido estrito, a arquitetura que associa