O DIREITO NO EGITO ANTIGO
O Egito dos faraós foi, senão reino de maior projeção política na longa trajetótria histórica do Oriente próximo, pelo menos um dos mais influentes durante toda a Antiguidade. Para tanto, concorreram alguns fatores geográficos, além, é claro, da habilidade peculiar creditada àquela gente. Sabe-se que a terra foi descrita por Heródoto como verdadeira ''DÁDIVA'', GRAÇAS À FECUNDIDADE do solo proporcionada por um rio - Nil - , que significava a diferença entre vida e morte para as populações ribeirinhas.
A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 150 a.C.3 com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó(Narmer), e se desenvolveu ao longo dos três milênios seguintes.4 Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários. O Antigo Egito atingiu o seu auge durante o Império Novo(ca. 1 550–1 070 a.C.), uma era cosmopolita durante a qual, graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, o Egito dominou, uma área que se estendia desde a Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo, até ao rio Eufrates,5 tendo após esta fase entrado em um período de lento declínio. O Egito foi conquistado por uma sucessão de potências estrangeiras neste período final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 31 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Romano e se tornou umaprovíncia romana, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Áccio.6
O sucesso da antiga civilização egípcia deve-se em parte à sua capacidade de se adaptar às condições do Vale do Nilo. A inundação previsível e a irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentárias, o que alimentou o desenvolvimento social e cultural. Com recursos excedentários, o governo patrocinou a exploração mineral do vale e nas