O direito de ler qualquer coisa
Algo que sempre me intrigou: qualquer tipo de leitura é válido? Dentro da confusão que essa pergunta fazia na minha cabeça, minha resposta sempre pesou mais pelo lado do sim, qualquer tipo de leitura é válida. O importante é ler. Após a leitura do capitulo que diz respeito ao quinto direito do leitor, fiquei feliz, pois confirmei minha resposta e dissipei minhas dúvidas.
Todos temos o direito de ler qualquer coisa. Pennac faz referência à existência da literatura industrial, que é a reprodução de um mesmo tipo de narrativa. A mesma história contada com variação apenas de personagens, espaço ou, ás vezes, um detalhe ou outro. Já discuti com algumas pessoas pelo fato de lerem esse tipo de narrativa, eu dizia: leia os clássicos, leia algo que te faça sentir... crescer... Bobagem! Muito pior seria se elas não estivessem lendo nada.
Aprendi que existem os bons e os maus romances. É percorrendo os maus que chegamos aos bons. Primeiramente, encontramos os maus romances, apaixonamos por eles, depois misturamos os bons com os maus, até que um dia os bons nos cativam de verdade. Deixamos de freqüentar as mesmas narrativas para passarmos a viver com os bons romances e os bons autores. A leitura de “como um romance”, também me fez viajar um pouco no tempo. Lembrei-me de minhas leituras no passado. Lembro que minha avó foi quem sempre me instigou a ler. Ela lia a bíblia para mim, em voz alta. Depois que aprendi a ler, eu mesma ia atrás dos livros que queria, claro que no inicio meus livros tinham que ter figuras (infelizmente, não consigo lembrar qual foi o primeiro livro que li sozinha). Depois passei a leitura de narrativas da coleção Harlequin. Li vários desses livros. Todos com, basicamente, o mesmo enredo, variando somente as personagens e os espaços. Após isso, entrei na fase da mistura dos bons romances com os maus. Misturava Sir Arthur Conan Doyle, com as aventuras de Sherlock Holmes, com Sabrina- inimigos diante do altar, por exemplo,