O DIREITO COMO LINGUAGEM
No Processo judicial os fatos devem ser expostos de maneira correta. Os argumentos devem ser postos de maneira hábil e verdadeira, pois a parte contrária e o juiz irão agir sobre as alegações e fatos constantes dos autos.
Uma demanda judicial é travada sobre os fatos ou argumentos expostos pelos demandantes, através dos seus advogados, cada um buscando o seu direito ante as argumentações que serão ouvidas pelo juiz.
O advogado deve valer-se das suas habilidades no âmbito do conhecimento jurídico, mas também deve ser um bom comunicador, sabendo expor-se desta forma, pois num processo judicial a linguagem é, sobretudo, o fator preponderante para que o juiz tome conhecimento dos fatos e assim possa decidir. Não sendo um bom comunicador o advogado poderá, por assim dizer, comprometer a defesa dos interesses do cliente.
Ao falar nos autos o advogado deve ser preciso e hábil, pois a oportunidade que terá para corrigir eventuais falhas antes digitadas no processo é improvável, haja vista as oportunidades concedidas pelo juiz serem muito restritas.
As exposições do advogado, a forma como coloca as palavras devem ser observadas de modo a não oferecer impulso para que a parte contrária possa usar seus próprios argumentos para contrapor-lhe no processo, como por exemplo, numa ação de consignação de pagamento em vez de dizer o autor que o credor não foi localizado, precipitar a dizer que este se encontra em outro país, pois assim terá de provar tal fato e ainda arcar com diligências.
A linguagem bem empregada é tão importante para advogados como para juízes, pois assim como o advogado fundamenta os interesses do seu cliente através da escrita, assim também o faz o juiz para fundamentar as suas decisões.
Se ao advogado for concedida a oportunidade de falar nos autos, deve centrar ao máximo para corrigir eventuais falhas, pois uma vez a petição inserida nesses autos, lá permanece imutável. O advogado sempre precisa falar bem.