O dinheiro como dívida
Em qualquer economia capitalista saudável, é necessário haver a circulação de dinheiro, sob qualquer forma. Se este não circula, a economia entra em colapso imediatamente. Aliás, uma perfeita comparação pode ser feita entre o dinheiro e a importância do sangue que circula pelo corpo humano: é ele que irriga os vasos de todas as regiões do corpo, permitindo os movimentos, bem como o transporte dos alimentos através do corpo. Sangue parado é um problema. Assim opera o dinheiro, do mesmo modo, na economia de um país.
O problema é que, desde os tempos mais remotos, quando ainda se utilizavam penas ou conchas como meio de troca, nunca foi possível quantificar a totalidade de dinheiro que uma determinada economia possui. Com o surgimento da moeda, foi possível estabelecer referências, determinar valores e realizar trocas de modo mais fácil, mas ainda permanecemos ignorantes quanto ao montante da riqueza que temos à disposição para operar as trocas.
Ao contrário de muitas outras matérias ou commodities, o dinheiro não é um bem não renovável, tampouco há o perigo de que este venha a rarear no futuro, pois ele se trata, em grande parte, de uma criação, uma ficção originária da mente do homem, em especial nos dias de hoje, onde as trocas se operam de modo cada vez mais dinâmico, não havendo tempo para rastrear ou mapear o fluxo da moeda. A verdade é que muito do dinheiro e das trocas que realizamos todos os dias está baseada em uma ficção.
É graças a essa ficção, que por exemplo, os bancos podem existir. Se o dinheiro pode ser comparado ao sangue percorrendo o corpo humano, o banco bem pode ser o coração desse sistema capitalista, pois é ele a principal instituição responsável pela circulação de dinheiro, tão importante à economia. Uma economia sem bancos é necessariamente uma economia feudal, bastante primária.
Os bancos obtém lucro com seu serviço principalmente emprestando dinheiro e cobrando taxas para depósitos. Seu sucesso depende de que