O dialogismo de Baktin
O dialogismo, enquanto “princípio constitutivo da linguagem e a condição do sentido do discurso” (BARROS, 2005, p.32) é apresentado como a base da obra bakhtiniana. Ao insistir na idéia de que o discurso não é individual, verifica-se o dialogismo no discurso, pois é construído entre, no mínimo, dois interlocutores e também, porque é construído como um diálogo entre discursos, ou seja, estabelece relações com outros discursos. Segundo Diana Barros (2005), para Bakthin,
“a linguagem é por constituição, dialógica e a língua não é ideologicamente neutra e sim complexa, pois, a partir do uso dos traços dos discursos que nela se imprimem, intalam-se na língua choques e contradições. Em outros termos…no signo confrontam-se índices de valor contraditório. Assim caracterizada, a língua é dialógica e complexa, pois nela se imprimem históricamente e pelo uso as relações dialógicas dos discursos” (BARROS, 2005, p.33)
Bakthin traz para a luz da análise discursiva o conceito de polifonia. Baseado na idéia de que um texto carrega diversas vozes ou influências que contribuíram para sua construção, verifica-se a polifonia como evidência do discurso dialógico entre discursos.
“Nos textos polifônicos, os diálogos entre discursos mostram-se, deixam-se ver ou entrever; nos textos monofônicos eles se ocultam sob a aparência de um discurso único, de uma única voz. Monofonia e polifonia são, portanto, efeitos de sentido, decorrentes de procedimentos discursivos, de discursos por definição e constituição dialógicos” (BARROS, 2005, p.34).
Diferente dos estudos linguísticos, cujo objeto de estudo pode ser o irredutível da expressão, ou seja, a palavra, Bakhtin discorre acerca do texto. Como objeto das ciências humanas, o homem analisado é justamente o produtor dos textos.
A metalinguística ou a teoria do discurso representa o ato de reflexão sobre os elementos componentes do texto e de influência do discurso. O princípio dialógico é dividido pelo autor