O diabo veste prata
Esses dias assisti mais uma vez o filme "O diabo veste Prada", filme que conta a história de uma jovem jornalista, Andrea (vivida por Anne Hathaway), que é contratada para ser assistente da poderosa editora-chefe da Runaway Magazine, Miranda Priestly (vivida por Meryl Streep). Miranda passa o tempo todo submetendo e humilhando todos que a rodeiam, e impõe à Andrea tarefas quase impossíveis, mas que a jovem aos poucos consegue realizá-las. No decorrer do filme, ninguém fica imune aos pedidos estapafúrdios da "tirana", e ficamos o tempo todo torcendo para que Andrea consiga se desvencilhar dessa situação.
Depois fiquei pensando, pois muitos funcionários vivem com chefes assim: Que colocam suas prioridades em primeiro lugar, se acham insubstituíveis e acreditam que o mundo gira ao seu redor. E mesmo incomodados, muitos sucumbem a essas exigências para garantir seu emprego, assim como a mocinha do filme. Mas se observarmos nas entrelinhas, veremos que no fundo não é simplesmente a manutenção do emprego que é o fator motivador. A personagem central deixa claro que sua motivação é conquistar a confiança de sua chefe, e isso vira uma questão de honra. Além disso, é uma motivação pessoal vencer o desafio de cumprir as tarefas quase impossíveis impostas por sua chefe. Por mais "desalmado" que seja o chefe, temos que admitir que algumas pessoas gostam desse tipo de estímulo, seja para provar que são capazes, seja para provar que possuem competências que ainda não foram utilizadas. Um dos melhores trechos do filme apresenta Miranda pedindo à sua assistente que consiga um manuscrito de um livro ainda não lançado do Harry Potter e oferece um prazo mínimo para que Andrea obtenha as cópias, caso contrário, ela será demitida. Andrea consegue e deixa-o sobre a mesa de Miranda. É claro que ela não se dá por satisfeita, pergunta se aquela cópia terá que ser dividida entre suas filhas mesmo sem encadernar, Andrea responde que já providenciou duas cópias