O diabo veste prada
Miranda Priestly é a "monstra" da vez. Baseado no livro de Lauren Weisberger, Priestly pode ser vista como Anna Wintour - a poderosa editora de moda da Revista Vogue - no caso da ficção, editora da Revista Runway.
Sobre os figurinos usados, os outros filmes que falam de moda, se é ou não crível ao mundinho do pret-a-porter, e se tal música diz ou não algo para o mundinho fashion.....várias publicações semanais e mensais se preocuparam. Então vamos ao que interessa. Miranda ( Meryl Streep) não é "diabo" como o titulo rotula, e nem a sua assistente Andrea,"vendida" como um capacho, se mostra como tal. A 1° é uma mulher obcecada pelo trabalho, exigente consigo mesmo e com os outros. Não é boazinha e nem deixa se levar por sentimentalismos. É ríspida, mas tal grosseria, não deixa de ser uma forma de preparar o outro para o mercado de trabalho e suas inevitáveis disputas diárias. A 2° é uma jornalista recém formada, determinada a vencer e que agarra a oportunidade - ok, ela sofre um pouquinho - com unhas e dentes e só percebe o preço de sua escolha, quando vê seus relacionamentos ruirem.
Para se vencer hoje em dia é preciso pagar um preço caro. E Andrea num dos diálogos do filme, afirma o óbvio: "Miranda é vista como o diabo, porque é mulher, se fosse homem, suas ações seriam vistas como ótimas". O machismo sempre perseguirá as mulheres e no caso de "O diabo veste prada", as duas são vitimas da sociedade falocêntrica.
O filme é engraçado, ágil, sedutor e se não fosse o moralismo do final, seria arrebatador - exagerando um pouco na expressão. Que mal há em Andrea de se sentir traída por tanto luxo, beleza e opções? Tirando as obviedades