O desterro dos mortos
Já “Amigos, Amigos” é um conto onde a morte não vem em seu sentido literal, mas se apresenta como sendo o fim e a distância tomada de um antigo amigo, esse que depois de dez anos veio visitar o casal.
Tempos atrás, quando possuíam vinte e poucos anos, o casal já se conhecia e o amigo foi apresentado a ela numa festa. Acabaram que se constituiu uma boa amizade com saídas para teatro, cinemas, praias. Mas chegou ao momento em que houve a despedida, o casal de namorados decidiram morar juntos e o amigo ficou solteiro, assim, partiram cada um para um canto, com seu rumo. Então houve o afastamento, a morte do relacionamento de amizade, deixando apenas lembranças. E então depois de um longo período vieram a se encontrar.
Observa-se que o território (que tem por definição ser um local habitado, mesmo que momentaneamente, e que ocorrem interações entre indivíduos) onde o conto se passa é a residência do casal, onde ocorre um jantar de comemoração com brindes, conversas, lembranças de momentos longínquos, que agora faziam parte apenas de suas memórias. A residência do casal também se encaixa na definição de espaço.
Ao mesmo tempo essas lembranças trouxeram lugares que antigamente eles freqüentavam juntos, como praias, cinemas e teatros, e que de certa forma construíram aqueles três jovens de vinte e poucos anos.