O desenvolvimento social adolescente
Os adolescentes apresentam alterações profundas nas suas relações sociais. A adolescência é um tempo de afastamento e, por vezes de ruptura com a unidade familiar. Enquanto as relações com os pares se vão tornando cada vez mais importantes durante a última fase da infância, na adolescência os pares tornam-se as pessoas mais importantes para a vida individual. Esta viragem da orientação para os pares poderá ser apercebida na crescente conformidade às ideias e concepções do grupo de pares que surge no início da puberdade (dos 11 aos 13 anos), enfraquecendo a partir dos 15 anos ( Costanzo e Shaw, 1966).
Não será provavelmente por acaso que o máximo de conformidade ao grupo ocorra em simultaneidade com o índice mais baixo de auto-estima (...). Quando nos sentimos pior com nós próprios, estaremos mais vulneráveis às opiniões dos outros sobre nós.
Ao mesmo tempo que as amizades e as relações românticas se tornam mais intensas, diminui o interesse do adolescente pelas actividades familiares, poderá começar a rejeitar alguns valores familiares, e revoltar-se contra a autoridade paterna. Embora muitos adolescentes não sofram um período turbulento de rebelião (Adelson, 1979), quase todos se distanciam de algum modo dos seus pais durante este período (...)
Se pensarmos a adolescência como um fase de transição entre a infância e o mundo adulto, o distanciamento e mesmo uma certa dose de rebeldia podem ser considerados como positivos para o desenvolvimento da vida adulta independente. No entanto, estas mudanças nem sempre são encaradas positivamente pelos pais e pelos adolescentes envolvidos. À medida que a influência dos pares ganha ascendência sobre a dos pais, os adolescentes adoptam os valores, atitudes estilos de roupa e linguagem dos seus pares. Por vezes a influência dos pares ergue-se em oposição directa à dos pais, resultando em conflitos dolorosos – atingindo o seu auge no 9º ano de escolaridade (Santrock, 1987) – quando os