O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL
1 Reestruturação capitalista e a crise dos Estados nacionais
A passagem da década de 1970 para a de 1980 pode ser considerada o ponto de inflexão na reorientação das atitudes das administrações urbanas, alterando-se a abordagem do que ele chamou de managerialismo, típica dos anos 1960, para o entrepreneurialismo dos anos 1970 e 1980. Com essa reorientação, cada vez mais as autoridades locais passaram a se envolver em atividades econômicas diretamente ligadas à produção e ao investimento, de forma que se tornou cada vez mais frequente o apoio público a empresas, as parcerias público-privadas, as doações, isenções fiscais e subvenções ao capital privado, enquanto que o típico das décadas anteriores era a subvenção ao trabalho, com predomínio de gastos sociais. A gestão local incorporou a temática de desenvolvimento econômico na sua agenda.
Para David Harvey, essa maior ênfase da ação local em atividades vinculadas à produção foi uma estratégia para combater as dificuldades oriundas da crise capitalista que provocaram impactos também nas cidades. Tem também uma relação direta com a crise do modelo de Estado keynesiano (cf. D. HARVEY, 1996:48-50), cujas causas e consequências não serão apresentadas, mas já foram discutidas em outras oportunidades.
2 O desenvolvimento econômico local no Brasil
No Brasil há diversas experiências em curso de estratégias de desenvolvimento local, em um cenário deexperimentalismo difuso, provavelmente sem grandes conexões entre si, conforme afirmam pesquisadores do Instituto Pólis 1. As práticas de desenvolvimento local assumem variadas dimensões e significados, com a