O desenvolvimento da ética ambiental
Andrew Brennan Yeuk-Sze Lo
Embora a natureza fosse o foco da Filosofia nos séculos XIX e XX, a Ética Ambiental contemporânea somente emerge como uma disciplina acadêmica nos anos 70. O questionamento e a reformulação do pensar a relação dos seres humanos com o meio ambiente natural ocorrida nos últimos 30 anos simplesmente refletiram uma percepção difundida nos anos 60, ou seja, de que no final do século XX houve uma “explosão populacional” (population bomb) e uma séria crise ambiental. A obra de Rachel Carson, “Silent Spring” (1963) dirige sua atenção a esse sentido da crise. Além disso, denuncia o efeito dos pesticidas, tais como, o DDT, sobre os alimentos. Por sua vez, Lynn White em seu artigo “The Historical Roots of Our Ecologic Crisis” (1967), afirma que o principal fracasso do pensamento judaico-cristão foi encorajar a super-exploração da natureza ao sustentar a superioridade dos seres humanos sobre todas as outras formas de vida na Terra e por retratar que tudo na natureza, enquanto criado, está à disposição para utilização do homem. A tese de White é amplamente discutida no âmbito da teologia, da história e tem sido objeto de alguns testes sociológicos, assim com tem sido regularmente discutida por filósofos (Whitney, 1993; Attfield, 2001). Foi central, para a tese de White, a leitura das obras dos “Pais da Igreja” e da própria Bíblia, que sustentam a perspectiva antropocêntrica de que os humanos são as únicas coisas que predominam sobre a Terra. Conseqüentemente, os humanos podem utilizar e consumir tudo o que quiserem e precisar sem que haja qualquer injustiça. No Gênesis, 1:27 – 8, por exemplo, é afirmado: E Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, para que tenha domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra". Portanto, Deus criou o