O desenvolvimento da psicologia social e comunitária
A Psicologia comunitária surge em meados dos anos 60 como forma de aplicação da psicologia social e resolução para os problemas sociais nas comunidades. Nesta época, importar teorias e práticas prontas, por mais que não condizentes com a realidade da população, era visto como moderno, e muito praticado.
Com o surgimento da psicologia social comunitária, desenvolveu-se uma crítica ao comprometimento da psicologia com o modelo médico, remediativo e de assistência e práticas sociais voltadas para a atenção das minorias populares, ou seja, do elitismo, preocupação essa que distanciava o psicólogo das verdadeiras questões sociais e cotidianas, o que era muito utilizado pela psicologia dominante da época (LACERDA, 2010). Buscou-se então uma transformação da sociedade, transformação das teorias já conhecidas, trazendo discussões sobre libertação e compromisso social.
Na América Latina, a psicologia comunitária começa a surgir mais fortemente pelos anos 70, com o desenvolvimento da psicologia comunitária nos EUA, que foi resultado de reflexões geradas por movimentos dos profissionais de saúde mental e comunitária que criticavam o modelo psiquiátrico (MONTERO apud LACERDA, 2010).
Tornava-se necessária uma psicologia diferente daquela associada à patologias e transtornos mentais, uma psicologia que trouxesse uma reflexão crítica e comprometimento social, trazendo transformações sociais importantes. Observando isso, Lane apud Campos; Guareschi (2010, p.62) traz uma percepção interessante sobre o desenvolvimento da psicologia social na América Latina:
A necessidade de se construir uma Psicologia Crítica capaz de recuperar o homem enquanto agente de sua história foi o grande desafio vivido na América Latina, como possibilidade de contribuir para a eliminação das injustiças sociais, de opressão e da ignorância alienante social e psicologicamente. Esta se tornou a característica de uma Psicologia Social