O desenvolvimento da criança e o papel da escola
No mundo atual, nossas crianças passaram de reis a ditadores. Muitas de suas atitudes parecem incompreensíveis aos nossos olhos, quase hostis. Acabaram os laços de obediência, de respeito e dependência do mundo adulto, sendo trocados por uma barulhenta autonomia. De onde vêm estas influencias? Da televisão? Da falta de autoridade dos pais? Da pobreza e exclusão social? Tudo isso ocasionou, nas margens da sociedade, um profundo mal-estar feito de incompreensão. Será que mesmo entre as famílias mais equilibradas onde existe a presença dos pais, o excesso de amor substitui a educação?
Terá sido sempre assim? O lugar da criança na sociedade brasileira terá sido sempre o mesmo? Como terá ela passado do anonimato para a condição com direitos e deveres aparentemente reconhecidos? O que diferencia as crianças de hoje daquelas que as antecederam no passado?
Vamos aqui refletir estas questões. É necessário compreender um pouco do processo vivido pela criança bem como o contexto histórico e social em que ela estava e está inserida. Analisar as influências recebidas da família, do clima intelectual e social da época em que viveu e vive.
Na língua do século XVI, houve uma ausência de palavras para se referir às crianças. Tendo uma educação medieval, apenas feita pelo aprendizado de técnicas e saberes tradicionais, a criança é vista como adulto em gestação.
No século XIX a alternativa para os filhos dos menos favorecidos não seria a educação, mas a sua transformação como cidadãos uteis e produtivos na lavoura, enquanto os filhos de uma pequena elite eram ensinados por professores particulares.
A criança não tinha uma importância na sociedade, era vista como ser que poderia ser substituído. Era diferente do adulto apenas no tamanho e na força. E sua educação ocorria na convivência com os adultos, com quem aprendiam as coisas que deviam saber ajudando-os a fazê-las.
Entretanto com a revolução francesa e a chegada da