O desafio das bibliotecas públicas

As bibliotecas públicas não desempenham uma de suas funções primordiais nas comunidades carentes brasileiras: o uso da informação para o desenvolvimento social. Esse é o resultado de um estudo encomendado pela Fundação Bill e Melinda Gates, em parceria com a Fundação Pensamento Digital, para identificar as necessidades das bibliotecas no Brasil.

Para a co-fundadora da Pensamento Digital e doutora em informática na educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marta Voelcker, foi identificado que a utilização das bibliotecas e de seus funcionários para a promoção do desenvolvimento social e combate às diferenças econômicas é ainda praticamente desconhecida no Brasil. "Muitos conteúdos podem ajudar as pessoas se estiverem organizados com textos curtos e vídeos”, diz. Bibliotecas do Acre, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram avaliadas. Em 2012, 97% dos municípios brasileiros tinham bibliotecas públicas, um aumento de 21% em relação a 1999, segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em julho deste ano.

O estudo encomendado pela Fundação Bill e Melinda Gates está dentro do projeto Global Libraries, difundido mundialmente. Ele busca melhorar a qualidade de vida das pessoas ao possibilitar que comunidades carentes de países em desenvolvimento possam ter acesso, de forma efetiva e sustentável, a tecnologias da informação e comunicação em bibliotecas públicas.

Marta Voelcker afirma que a inclusão digital no Brasil é vista apenas como disponiblização de equipamentos e locais com acesso à rede, com pouco investimento em capital humano. Para ela, as bibliotecas seriam os locais mais indicados para iniciar esse processo, por conta de seus funcionários capazes de instruir os usuários. “Essa informação precisa ser disponibilizada em um formato adequado a seu público, em comunidades que leem pouco. A biblioteca deve disponibilizar e fazer