O defunto X A aia: A morte em seus múltiplos olhares
RESUMO O presente artigo é uma breve análise dos contos A aia e O defunto do escritor realista José Maria Eça de Queirós. Dessa forma busca-se evidenciar a maneira como a temática morte é apresentada nas duas narrativas e de que forma ela pode vista sob diferentes perspectivas, mais especificamente sob o olhar da ciência, da religião e da Literatura.
INTRODUÇÃO
Dentro da cronologia de eventos que permearam os anos de (1865-1890), têm-se registrado nos autos do contexto histórico cultural de Portugal o movimento denominado Realismo literário. A historiografia realista era composta a partir da doutrina epistemológica que tinha como pressupostos teóricos a visão de que as artes são atreladas ao conhecimento humano e suas interações. Desse modo, o Realismo na literatura representou um período de renovação estética associado a outras tendências importantes como as filosóficas, políticas e cientificas que impregnaram o imaginário e o pensamento europeu na segunda metade do século XIX.,porém, ganhando força só no século XX por meados do ano 1865.
De acordo com tal movimento, por trás dos projetos e percepções humanas existia uma atitude realista que conduzia os indivíduos a desejarem compor e demonstrar a realidade da maneira mais real e concreta possível.
Evidente que, para interagir com tal realidade era preciso bem mais que atitude, seria indispensável um conhecimento prévio, os realistas tinham como base condutora a ciência, essa vista naquela época como fonte capaz de desvendar todos os mistérios aos quais a humanidade estava inserida.
No realismo predominava o desejo dos poetas em demonstrar a sociedade suas mazelas, como também o homem seu comportamento e suas ações frente à civilização. O movimento realista foi em seu contingente repleto de seguidores que visavam fins voltados para a atuação concreta e real diante das percepções do visível, dentre esses seguidores tínhamos o escritor Eça