O círculo de Giz da Globalização
Em seu artigo, Batista Jr. faz uma crítica à ideia de uma “globalização”, conceito muito difundido nas últimas décadas. Para o autor não existe “globalização”, e esse fenômeno que acontece atualmente não é algo recente, pode-se tomar como exemplo as telecomunicações, utilizada desde o século XIX. Outro fator que prova que os países não estão interligados da forma como defendem os “arautos” da “globalização” é o fato de os países não manterem relações financeiras como em períodos anteriores. Daí o autor afirmar que essa internacionalização observada ultimamente tem precedentes históricos.
O que acontece é uma retomada de processos e tendências antigos. Antes da I Guerra Mundial já havia ocorrido uma revolução tecnológica em transportes e telecomunicações, o que favoreceu a expansão de fluxos internacionais. Em alguns aspectos o grau de integração da economia internacional nas últimas décadas é menor que o observado no período anterior a I Guerra.
A migração internacional era maior em meados do século XIX, diferente dos dias atuais em que imigrantes oriundos da África, América Latina e Ásia enfrentam restrições e perseguições nas fronteiras de países desenvolvidos, de um “mundo sem fronteiras”, “globalizado”, o que mostra o quanto o termo é enganoso e irônico.
Observa-se enormes discrepâncias nas taxas de desemprego dos países desenvolvidos. Espanha, França e Itália apresentam índices gravíssimos de desemprego, enquanto Estados Unidos e Japão mostram taxas relativamente baixas. Isso mostra que o desemprego não é um fenômeno mundial, como muitos afirmam.
Enfim, o conceito de globalização, na verdade, trata-se de um mito, uma ideologia difundida para paralisar as iniciativas nacionais de determinados países e submeter suas políticas aos interesses dos países do centro do sistema capitalista.