O crack e o poder publico
Duas ações pendentes no âmbito do poder público podem dar uma contribuição relevante para o combate ao crack no Estado e no país. Em ambos os casos, o mérito é o de colocarem os esforços oficiais a serviço da causa, facilitando iniciativas já em andamento ou que venham a ser criadas por parte da sociedade, além de contribuir para a unificação de políticas e para ações conjuntas nesta área, permitindo um melhor uso dos recursos humanos e físicos disponíveis. Se forem levadas adiante, as ações podem ajudar pelo menos a suprir de forma mais eficaz as carências no atendimento aos usuários deste derivado da cocaína e aos seus familiares.
Uma das iniciativas, no âmbito da Capital, é o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores criando o Programa Municipal de Enfrentamento ao Crack e a Outras Drogas. Proposto pelo vereador Aldacir Oliboni (PT), o plano depende agora apenas da sanção do prefeito José Fortunati para facilitar a criação de um comitê municipal com a incumbência de estabelecer uma política unificada de combate à droga. Uma das vantagens da proposta é a de prever a participação tanto de representantes do município quanto de entidades ligadas à causa de alguma forma.
A outra ação em andamento é o programa nacional de combate ao crack, integrando ações para ampliar a rede de atendimento aos usuários, que deve ser lançado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro com prefeitos. Pelo volume de recursos financeiros e de pessoal de que dispõe, o poder público tem um potencial incomparável de atuação frente ao problema. Mas, justamente por se tratar de dinheiro do contribuinte, essas iniciativas precisam contar com o máximo possível de participação da sociedade.
Por suas peculiaridades, a dependência, por exemplo, muitas vezes já a partir da primeira experimentação, é difícil de ser tratada, o crack exige atenção diferenciada em relação às outras drogas. Daí a importância de que essas ações sejam bem-sucedidas e