O Cotidiano da morte no Brasil Oitocentista
A morte, um tema muito latente para a população de meados do século XIX foi ao longo dos anos se transformando e aderindo novas formas e novos sentidos para a morte. A preocupação que se tinha naquela época era em ter uma boa morte. O modo como se via a relação do mundo dos mortos e dos espíritos, a maneira como se esperava a morte os ritos que antecediam e que sucediam à morte, local da sepultura, relação entre vivos e mortos eram questões que circulavam de boca em boca entre a população, seja ela rica ou pobre. Até por que a crença da vida após a morte era um fato compartilhado quase que unanimemente pelos brasileiros.
Para os viventes do século XIX, a morte não era o fim da vida, mas, uma passagem para um outro mundo. As cerimônias que envolviam a morte eram para justamente promoverem para o morto uma boa passagem para o outro mundo, pois traria paz tanto para o morto como para os vivos que sofriam com a perda.
O purgatório, muito comentado pela população seria uma região de passagem onde o morto se confessava e se arrependia de todos seus pecados. Porém além de se confessar, ele necessitava da ajuda dos vivos em formas de missas e orações para que sua absolvição eterna fosse realizada. Sendo assim o purgatório proporcionava a relação entre vivos e mortos. Apesar de essa visão ser da tradição católica, não implica que outras culturas não as aderiram. O modo flexível da religiosidade africana, por exemplo, para eles, sempre havia lugar para novos rituais e deuses. Sendo, portanto influenciado pelos ritos católicos.
A morte ideal segundo os preceitos católicos, seria aquela em que “a morte” de alguma forma avisaria ao moribundo sobre sua passagem. Poderia ser em forma de doença, ou por forças do além, porém previamente avisada. Não era bom ser tomado de surpresa pela “morte”, pois fazia sofre a morte de quem partia e a consciência de quem ficava.