O cortiço
A mais importante obra naturalista brasileira. Focaliza o nascimento, o desenvolvimento e a decadência de um típico cortiço carioca do século XIX, com os tipos humanos que por lá passam – lavadeiras, prostitutas, operários, mascates, malandros, imigrantes -, dando assim uma amostragem da população marginal do Rio de Janeiro.
Obediente aos princípios do naturalismo, o autor destaca a influencia do meio e a força dos instintos no comportamento das personagens, que muitas vezes são comparadas a animais. O ambiente degradado e promiscuo do cortiço molda e determina a conduta dos que ali vivem. É o caso de Pombinha, menina pura e simples que, não resistindo às pressões do ambiente, acaba por se prostituir. O então de Jerônimo, aldeão português que, vindo morar no cortiço com a mulher e a filha, é arrebatado por uma paixão sensual por Rita Baiana e abandona a família e a vida regrada que até então levava.
É mostrada também a ascensão social do verdadeiro português João Romão, dono do cortiço e de uma pedreira, cujos empregados, além de morar nos casebres por ele alugados, endividam-se comprando fiado em sua venda. Através dessa exploração, João Romão vai enriquecendo, auxiliado por sua amante e empregada, a escrava fugida Bertoleza, para quem ele havia forjado uma carta de alforria. O maior desejo de vendeiro é adquirir boa posição social, como a de seu Patrício Miranda, que mora no sobrado encostado ao cortiço. Movido pela ambição, não hesita em usar de todos os recursos para acumular fortuna e ficar noivo da filha de Miranda.
Brasil 1880-1900
Seguindo de perto as tendências do Realismo na França e em Portugal, nossos escritores enveredaram pela critica social, fazendo da literatura uma forma da análise da realidade brasileira.
Na década de 1880, diferentemente do que acontecia na Europa, o Brasil não vivia o processo do desenvolvimento industrial. Éramos ainda um país essencialmente agrário, além de monarquista e escravocrata. Apesar dos crescentes