O cortiço
Autor: Aluísio Azevedo
O livro, expressão máxima do naturalismo brasileiro, narra a saga de João Romão, um português que pode ser encarado como uma metáfora do capitalismo, pois ele tem como principal objetivo na vida, se enriquecer a qualquer custo. Sendo assim, a personagem é ambiciosa ao extremo.
João Romão é o dono do cortiço e explora descaradamente o próximo. Como exemplo, citamos sua amante, Bertoleza, que o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso.
Em oposição a João Romão, surge Miranda, um comerciante bem estabelecido, que cria uma disputa acirrada com o protagonista. Diante dessa disputa, João trabalha arduamente e passa por privações para se enriquecer mais que seu oponente, de quem tem inveja.
“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e mais grossas do que serpentes, minavam por toda a parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.”
A opinião de João Romão muda, quando Miranda recebe o título de barão. Assim, o protagonista percebe que não basta somente ganhar dinheiro, mas que é necessário também, participar ativamente da vida burguesa.
No cortiço, paralelamente a essa situação, estão os moradores de menor ambição financeira. Um exemplo de como o romance procura demonstrar a má influencia do meio sobre o homem, citamos o caso do Jerônimo. Ele é um português que tinha uma vida exemplar, até cair nas garras da mulata Rita Baiana, que faz-lhe mudar completamente seus hábitos.
A relação entre Miranda e João Romão melhora quando o comerciante recebe o título de barão e passa a ter superioridade garantida sobre o oponente. Para imitar as conquistas do rival, João promove várias mudanças na estalagem. Fazendo-a