O corpo na sociedade
O corpo é a expressão de quatro dimensões: biológica, psíquica, cultural e social. É parte integrante do indivíduo, participando na construção da sua identidade, mas não sendo confundível com o mesmo. Participa nos processos de produção e reprodução social e desempenha um papel importante nas interacções sociais que se estabelecem entre indivíduos.
Inerente a essas interacções existe uma linguagem corporal que nos permite emitir e descodificar a informação elaborada pelo corpo. Esta linguagem corporal é apreendida desde cedo através de gestualidade e posturas específicas de acordo com os contextos sociais em que nos inserimos, sendo o produto das diferentes socializações que sofremos, o ajustamento posicional do corpo em diferentes contextos sociais denomina-se etiqueta corporal e é também influenciada pela natureza das relações sociais que se estabelecem.
Sendo assim aquilo que somos e o que pensamos traduz-se no nosso corpo, é processado, assimilando e incorporando o que sentimos e pensamos face aos contextos em que nos inserimos, derivando daqui o conceito de encorporação.
O corpo perfeito na cultura de consumo
Ao longo do tempo foram criados ideais de como o corpo deve ser. Estes alteram-se com o tempo, pois os contextos sociais diferem.
Durante o século XX dá-se a transição para a cultura de consumo, onde o corpo passa, à semelhança do que acontecia na Grécia antiga, a ser visto como um veículo de prazer, um objecto de intervenção e parte integrante da identidade do indivíduo, dando origem à imagem do corpo hedonista. Ao contrário do que sucedera nos séculos anteriores, referimo-nos à época da revolução industrial, em que o corpo era visto como um objecto activo capaz de produzir e trabalhar, não fazendo parte do indivíduo mas sim sendo um meio que o eu de cada um possuía.
A cultura de consumo vai então enfatizar o corpo, a sua manutenção e aparência, surgindo duas categorias em que o corpo pode ser dividido, sugere Park, citado por