O coronelismo: uma política de compromissos.
A autora Janetti, em seu livro “O Coronelismo: uma politica de compromissos” tem como foco a relação política de compromissos e trocas desiguais que se constitui em um regime político de amplas bases representativas, ligadas a um poder privado excessivo. O poder concentrado nas mãos dos chefes locais resultaria na perseguição a opositores, na proteção dos seus “aliados” e indiferença à lei. O governo estadual concedia“carta-branca” aos coronéis, que promoveriam melhorias nos serviços e utilidades públicas, eles também trariam eleitores que eram dependentes do coronel por causa da estrutura agrária da época, para que estes legitimassem a eleição dos candidatos estaduais, sujeitando-os assim ao chamado voto de cabresto, esse sistema recebeu o nome de coronelismo. O coronelismo era uma predisposição característica da fortificação do poder privado frente ao redução do poder público. Não há, portanto, dialética entre o público e privado mas sim uma mistura das duas partes que se sustentam uma através da outra. O Estado ministraria os cargos públicos, o controle da polícia e o dinheiro público ao poder local; o coronel providenciaria votos para os líderes estaduais e melhorias públicas para o município e seus subordinados. A descentralização e o crescimento do poder tributário, legislativo e executivo do contexto municipal seriam o meio amortecedor do coronelismo, que tem seu ápice na República Velha. O termo “coronel” surge quando é criada a Guarda Nacional, que terá grande destaque contendo rebeliões regionais. Para ter o título de coronel era preciso pagar um valor, com o que muitos não podiam arcar. Com isso, sobrepunha-se muitas vezes o poder econômico do latifundiário ao poder sócio-político, através de um monopólio legítimo da força municipal obtido de forma censitária. O sistema coronelista se sustentava nos acordos entre “coronéis” e lideranças políticas estaduais, na concentração fundiária e no enfraquecimento da